Backup 1/3 - A política de backup pessoal

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É muito comum aos profissionais da área de informática serem questionados pelos amigos a respeito dos problemas que experimentam no seu dia a dia - no meu caso, principalmente quando é assunto é Microsoft.

Recentemente, me deparei com algumas situações de perdas de dados, e percebi que existe uma falta de informação do usuário final das melhores práticas e opções de como fazer backup. Aliado a este fato, a falta de tempo e a confiança exagerada nos equipamentos utilizados aumentam ainda mais o risco de perdas de dados. Na maioria dos casos, fotos digitais, planilhas financeiras, documentos de teses e trabalhos de fim de ano são perdas inestimáveis.

Este assunto é muito vasto e um post somente não seria suficiente para abrangê-lo. Por isto, resolvi dividir em três posts:

1 – Política de Backup;

2 – Extração dos dados e ferramentas disponíveis;

3 – Manipulação dos dados e ferramentas disponíveis.

IMPORTANTE: As informações que se seguem são melhores práticas que desenvolvi para meu uso e de alguns amigos PARA DADOS PESSOAIS APENAS. Utilize por sua conta e risco. Dados empresariais geralmente seguem processos e regulamentações específicas e não são tratados nesta série de posts.

Este é o primeiro post da série, que trata da política de backup para usuários finais. Nada melhor que iniciar discorrendo sobre as tecnologias mais comuns para a realização de backup:

CD e DVD : o tempo de vida médio dessas mídias é de 5 a 30 anos, dependendo do método de armazenagem (NIST). Outro ponto importante é a compatibilidade em longo prazo, ou seja, em 30 anos existirão aparelhos de CD/DVD para computadores?

Discos rígidos : A relação preço/capacidade de disco rígido é uma das melhores atualmente. A principal desvantagem dos backups de disco rígido é que eles são facilmente danificados, e que sua durabilidade ao longo de períodos de anos é desconhecida. Fiquem atentos as interfaces disponíveis do disco, pois ao longos dos anos as interfaces de discos vão mudando e é provável que não seja possível re-conectar um disco antigo em um computador novo.

Solid state storage : Também conhecido como memória flash ou USB flash drives. Estes dispositivos são relativamente caros para sua baixa capacidade, mas oferecem excelente portabilidade e facilidade de uso. Eu particularmente acho que eles não devem ser utilizados como meios para backup permanente, mas para transporte de dados apenas.

Backup remoto (on-line) : É o backup via internet. Ele protege contra alguns dos piores cenários, como incêndios ou inundações que destruiriam quaisquer cópias de segurança confinado no mesmo local físico. No entanto, há uma série de inconvenientes, como as conexões de internet serem mais lentas do que a velocidade dos dispositivos de armazenamento de dados local. Um problema para grandes quantidades de dados. É necessário confiar em um provedor de serviços que garanta privacidade e integridade dos dados do backup. Neste caso entra a segurança, que será discutida em outro post.

1 – Definir os arquivos que você gostaria de fazer backup.

Após identificar as mídias que você vai usar, a primeira tarefa é selecionar quais os arquivos devem estar no backup. Certamente não é toda a informação que você tem. A sua resposta vai definir quanto de espaço é necessário para armazenar os dados.

2 – Definir os tipos de documento

A segunda tarefa é definir os tipos de documentos, para a montagem de uma política de backup. De uma maneira simplificada, neste post criei dois tipos:

Documentos estáticos : São aqueles documentos que não devem sofrem alterações. Ex: fotos, filmes, músicas, formulários, recibos do IR, documentos de referência, etc

Documentos dinâmicos : São aqueles em que a informação muda periodicamente. Ex: teses, planilhas financeiras, documentos de projetos, etc.

ps: Softwares de correio eletrônico que baixam as mensagens localmente no seu computador deve ter modelo diferenciado para backup. Tópico para outro post.

 

3 – Definir a classificação de importância

A terceira atividade para definirmos nossa política de backup é classificar os dados em relação a sua importância. Gosto muito do modelo:

Must Have (Obrigatório) – Esses dados devem sempre estar disponíveis em backup na sua última versão; Ex: fotos, filmes caseiros, teses, documentos de projetos, planilhas financeiras, etc.

Nice to Have (Importante) – Alguns dados que podem ser obtidos de outra maneira que não somente o seu backup, mas dariam certo trabalho. Ex: músicas, filmes, documentos de referência, etc

Optional (Opcional) – Dados que somente se tiver espaço sobrando você faria um backup. Ex: músicas.

4 – Definir a política de backup pessoal

A última atividade é definir a política de backup. O modelo depende do modo de trabalho. Usuários móveis nem sempre tem acesso aos discos rígidos ou DVDs dos locais em que estão, e estão mais sujeitos ao roubo ou perda da informação. Usuários que estão constantemente no mesmo local físico utilizam outro modelo de política de backup.

Abaixo um exemplos de política de backup para usuários finais. No próximo post iremos atualizar essa política apontando a forma de extração de dados.

Obrigatório

Importante

Opcional

Dinâmico

Diário – on-line ou flash

Semanal – Disco ou on-line

Mensal - DVD

Semanal – Disco

Mensal – DVD

Mensal - DVD

Estático

Criação – on-line

Criação – Disco

Semestral – DVD

Bimestral – Disco

Semestral – DVD

Anual - DVD